Thursday, June 30, 2005

Pollyanna

Simples e comovente é o filme da Walt Disney adaptado do livro Pollyanna. Fato é que o longa rendeu à atriz Hailey Mills o prêmio juvenil do Oscar, em 1960, por sua atuação como Pollyanna. O filme traz duas mensagens principais. A primeira, dar valor sempre ao que se tem (por exemplo, quando Pollyanna conta que certa vez ganhou uma muleta em vez de uma boneca e seu pai falou que ela deveria ficar feliz por não precisar usar a muleta). E a segunda, uma crítica à capacidade de uma família controlar a opinião de uma cidade inteira, inclusive dos membros da igreja. E finaliza que tudo pode ser modificado com otimismo e sem medo. Pollyanna mudou uma pequena cidade quando utilizou esses artifícios. Mas será que isso serve para a gente? Creio que não. Um ótimo filme, mas que não se aplica à realidade.

Wednesday, June 29, 2005

Madagascar

Sabe aquela famosa frase “Bonitinho, mas ordinário”? Cabe bem ao filme Madagascar. Os personagens são umas gracinhas e as imagens do local em que a história se passa são belas, porém quem assistiu ao Shrek 1 e 2 e A era do gelo sentirá um certa frustração em relação ao roteiro do longa, principalmente porque a maioria das piadas é feita para as crianças. Mas, pelos pingüins (“Continue acenando”) e pelas referências a alguns filmes (A do filme Beleza Americana é muito engraçada) vale a pena assistir ao longa.

Tuesday, June 21, 2005

Sr. e Sra. Smith (agora já assistido)

Misture piadas sutis, romance e muita ação e, se possível, apimente com um símbolo sexual masculino e outro feminino. Essa é a receita que o diretor Doug Liman ensina a quem está interessado em fazer filmes que rendam muito dinheiro e é a que ele utilizou em Sr e Sra Smith. O longa foi tão lucrativo que sua continuação já está sendo discutida. Eu acho que “Sr e Sra Smith-a continuação” não terá a mesma originalidade conquistada pelo primeiro e não passará de uma comédia pastelão de Sessão da Tarde. Alguém discorda que Olha Quem Está Falando foi o mais engraçado da saga? E que Pânico 1 teve o final mais surpreendente e original comparado com o 2 e 3?

Para quem não teve a oportunidade ler a Set desse mês, segue abaixo um trecho cômico tirado da entrevista que Roberto Sadovski fez com Angelina Jolie sobre o filme Sr e Sra Smith:

Roberto Sadovski: Você enxerga na trama um pouco de A Honra do Poderoso Prizzi, com A Guerra dos Roses...
Angelina Jolie: Eu não assisto a filmes! Eu sei, é estranho, e já me disseram que esses filmes que você mencionou são sensacionais... Mas eu não teria como comparar. Desculpa...

E depois não quer falar sobre a vida pessoal. Vai falar sobre o que então?

Edifício Master

Os documentários produzidos no Brasil estão cada vez melhores e o Edifício Master não fica atrás. Como em Babilônia 2000, Eduardo Coutinho mais uma vez tem o objetivo de coletar relatos emocionantes. E ele consegue fazer como ninguém. Coutinho mostra a diversidade cultural existente no Edifício Master, em Copacabana, através das histórias de vida de 37 moradores do prédio.
E vale a pena dar uma olhada nos extras do DVD. Lá é possível assistir aos testes que os moradores do Edifício Master fizeram para participar do longa. É um documentário à parte.

2 observações:

1)É interessante notar como o estado civil interfere na escolha da moradia, já que muitos dos entrevistados jovens são solteiros e os mais velhos separados várias vezes.
2)Coutinho descobriu um local capaz de concentrar pessoas com as mais diversas características e que serviria como um grande laboratório para atores.

Thursday, June 16, 2005

Assistam ao Quebra Cazé na MTV

Quebra Cazé ironiza situações que fazem parte do nosso cotidiano e nos faz refletir sobre o comportamento humano em geral. Quem teve a oportunidade de acompanhar todos os programas que o VJ já apresentou na MTV sabe que Cazé está sempre inovando e trazendo programas de qualidade. Por isso, vale a pena dormir um pouquinho mais tarde no domingo!

Tuesday, June 14, 2005

MTV Movie Awards 2005

Alguém assistiu ao MTV Movie Awards 2005? Eu estava sonhando ou Lindsay Lohan ganhou o prêmio de Melhor Performance Feminina pela atuação em Meninas Malvadas, sendo que Uma Thurman, em Kill Bill Vol 2. e Hilary Swank, em Menina de Ouro disputavam na categoria? E foi justo Napoleon Dynamite ter vencido na categoria Melhor Filme? Eu não assisti a esse filme, porém pelas diversas criticas que eu já li, Kill Bill Vol 2., Homem-Aranha 2 e Os Incríveis tiveram uma maior importância para o cinema do que Napoleon Dynamite. Concordam?
Ps: Não sou só eu que acho que Lindsay não merecia o prêmio. A expressão de susto no rosto de Lindsay quando a vitória foi anunciada e o fato de ela ter dito que estava surpresa por Hilary ter perdido o prêmio provam que Lindsay concorda comigo.

Monday, June 13, 2005

O Casamento de Romeu e Julieta

Hoje foi divulgado na Ilustrada:"Cinco filmes brasileiros estréiam em festival em Miami". Entre eles estão Olga, de Jayme Monjardim, O Redentor, de Cláudio Torres e O casamento de Romeu e Julieta, de Bruno Barreto. Por isso, eu aproveito essa notícia para publicar a reportagem que eu escrevi no mês de abril sobre o filme O Casamento de Romeu e Julieta (com colaboração de Rodrigo Almada, Paula Granjeia e Adriana Oliveira) para a disciplina jornalismo cultural.
Mais uma vez Romeu e Julieta
Era uma vez, um homem e uma mulher que se amavam, mas não podiam ficar juntos, pois suas famílias se odiavam. Não, não estamos falando do livro Romeu e Julieta que William Shakespeare escreveu em 1595. A história aqui retratada é o roteiro do filme brasileiro O Casamento de Romeu e Julieta no qual as famílias de Romeu e Julieta se odeiam por causa do futebol.
Tentando fugir dos clichês das comédias românticas, o diretor do filme, Bruno Barreto, misturou a cultura erudita, trazendo a obra de Shakespeare e o conto Palmeiras, um caso de amor de Mario Prata como referências, com a cultura popular do Brasil, o futebol.
Porém, a tentativa de resgatar esses nomes da cultura erudita não deu certo. Os brasileiros só lembram de Shakespeare quando o assunto é o filme “enlatado” Romeu e Julieta (EUA,1996), estrelado por Leonardo di Caprio.
A estudante de enfermagem Claudia Rodrigues Alves, 24 anos, garante: “a melhor versão da obra de Shakespeare foi aquela que Leonardo di Caprio participou”.Ela afirma: “só fui ver O Casamento de Romeu e Julieta para acompanhar minha amiga”. Quanto a Mario Prata, Claudia é sucinta: “nem sei quem é”.
Declaração como essa prova o quão a indústria cultural se fortalece a cada dia. As pessoas só assistem a um filme se ele é bem divulgado pelos meios de comunicação de massa. No caso de O Casamento de Romeu e Julieta, a Globo Filmes é a co produtora. Além disso, a indústria cultural faz com que o filme não seja pensado, apenas consumido.
Outro fator relevante é que, em meio a tantos outros enredos escritos por Shakespeare, o público só associa o nome do dramaturgo a Romeu e Julieta. Regiane Caminni, mestre em comunicação e semiótica e também professora de Cultura Brasileira e Roteiro, explica: “Como o povo brasileiro pulou da cultura oral para a cultura de massa, a romantização sempre é necessária para tornar a obra mais interessante”. Sendo assim, as constantes referências à Romeu e Julieta nem necessitam de adaptação já que seu enredo traz o arquétipo do amor impossível que, mesmo dando a conotação da mesmice, faz parte do senso comum brasileiro e, portanto, interessa à indústria cultural.
Regiane relembra que outra grande produção de Hollywood trouxe o nome de Shakespeare para as massas. O filme desta vez é Shakespeare Apaixonado (EUA,1998), com a atriz Gwyneth Paltrow no papel principal. A semioticista e roteirista explica que isso acontece devido ao fato de a cultura de massa ser pobre de conteúdo e de os gerenciadores da cultura de massa terem que recorrer à produção elitista para abastecer a produção em série.
Mesmo com a iniciativa do diretor de O Casamento de Romeu e Julieta de misturar a cultura erudita e popular para tornar o filme diferente, trazer o futebol como resgate da cultura popular do Brasil não passou de uma estratégia para vender melhor a obra. O também mestre em Comunicação e Semiótica Carlos Avelino de Arruda Camargo considera “além de banalizar a cultura erudita, esse filme utiliza o futebol apenas com o intuito de comercialização”.
De qualquer forma, o filme de Bruno Barreto já está há quase dois meses em cartaz e logo será descartado, como todos os filmes fabricados pela indústria cultural. Mas não fique triste, pois, com certeza, veremos em breve nos cinemas mais uma vez a triste tragédia de Romeu e Julieta.


Sunday, June 12, 2005

Old Boy

Há muito tempo não se via um filme como Old Boy. A criação de um roteiro de narrativa não linear, mas com detalhes muito bem construídos e amarrados e a mesma ousadia na escolha de elementos da linguagem audiovisual que Tarantino teve nos longas Kill Bill 1 e 2 é o resultado de um filme que o diretor Chan-Wook Park só tem de se orgulhar.
Old Boy é sobre um homem que, depois de 15 anos trancafiado em um quarto de hotel, busca explicações sobre o motivo de ter sido preso, o motivo de ter sido solto e... a grande vingança. Se nesse longa a vingança acaba não sendo um prato que se come frio, Hollywood tem que tomar cuidado para não queimar o paladar porque os orientais estão com tudo.

2 curiosidades sobre o filme:

1) Hollywood pensa em refilmar Old Boy.
2) Old Boy venceu o prêmio especial do júri em Cannes 2004 e neste mesmo ano Tarantino foi presidente do festival. Coincidência?

Friday, June 10, 2005

O Segredo de Vera Drake

A impressão que eu tive ao assistir esse filme foi que o diretor, Mike Leigh, copiou a idéia de Lars Von Trier no Dançando no Escuro (em breve comentarei sobre este que é o melhor filme de drama de todos os tempos) e mudou a temática só para não “pegar mal”. O Segredo de Vera Drake seria um bom drama, se a atriz Imelda Staunton passasse uma emoção mais realista. Na maior parte do tempo, o choro da personagem principal não convence. Li em vários meios de comunicação que foi difícil de decidir quem iria ganhar o Oscar 2005 de melhor atriz. Balela! Hilary Swank deu um show de interpretação em Menina de Ouro, deixando Imelda Staunton “no chinelo” (Sem trocadilhos com Imelda, viu?).
Uma amiga disse acreditar que o defeito do longa está na temática mesmo. Não faz parte da nossa realidade pessoas tão boazinhas que se arriscam a troco de nada. E eu concordo.
Mesmo assim vale a pena assistir ao longa. É interessante para quem viveu a década de 50. A ambientação e os costumes daquela época são retratados com perfeita exatidão.
Ah, e esse texto vai acabar assim, quando menos se espera. Igual ao filme que eu assisti ontem: O Segredo de Vera Drake.

Tuesday, June 07, 2005

Clipe novo do The Bravery

Ontem estreou no Pulso Mtv o clipe novo do The Bravery.
Eu indico esse clipe para todos que amavam como eu o programa infantil RÁ TIM BUM.
Assistam e comentem.

Monday, June 06, 2005

Sr. & Sra. Smith

A revista Época publicou a seguinte informação: "Sim, este é o longa-metragem que marcou o encontro de Brad Pitt com Angelina Jolie. E, segundo os fofoqueiros de Hollywood, foi durante as filmagens que começou o affaire entre os dois, enquanto ele ainda estava casado com Jennifer Aniston. Sr. & Sra. Smith, com estréia mundial prevista para a sexta-feira 10, está aguçando a curiosidade dos fãs justamente por conta dos mexericos de bastidores."
Depois de ler a analise feita por Beatriz Velloso, pensei: Se é o fuxico que está fazendo o filme decolar, porque o relacionamento de Brad Pitt com Angelina Jolie não seria uma estratégia de marketing? Apesar que eu acho que o filme por si só tem uma história bem interessante e não precisa apelar para esse tipo de coisa.
Mas o que se pode fazer? Hoje são as fofocas que pautam as principais notícias do Brasil e do Mundo. É Brad Pitt pra cá, Daniela Cicarelli para lá, até o filho do Pelé entrou na dança!

Diários de Motocicleta

Fim de semana, mais um filme. Dessa vez, Diários de Motocicleta é o escolhido. Longa interessante, porém arrastado. Fiquei me questionando se um cara tão importante como Che Guevara não teria feito coisas mais importantes que viajar por diversos países. Seria bem legal se o fato fosse lembrado por um programa como Globo Repórter, porém o assunto não tinha consistência para ser transformado em um filme de duas horas. Walter Salles quis levantar muitos pontos sobre a viagem de Che e acabou não se centrando em nada.
O final do filme é a melhor parte (não porque acabou), mas por causa da moral da história: Che decidiu ser um revolucionário por causa da viagem pela América Latina. As cenas finais também são bem interessantes porque lembram muito as fotografias de Sebastião Salgado.
Se o objetivo do diretor foi apenas retratar belas imagens, a não indicação ao Oscar de melhor fotografia foi injusta. Porém, se Walter Salles pretendia vencer como melhor roteiro adaptado, ainda bem que existe Sideways.

Lost

Acabou a 1º temporada do Lost!!! Domingo assisti aos últimos capítulos. Já posso afirmar que Lost é um dos seriados mais inteligentes de todos os tempos e que J.J. Abrams e Damon Lindelof, os criadores da série, são o Charlie Kaufman da TV.
Lost é a melhor pedida para quem gosta do gênero suspense, pois quando um avião rumo a Los Angeles cai em uma ilha misteriosa, os 48 sobreviventes nem imaginam o que está por vir. É um reality show... de mentirinha!

Em março, Lúcio Ribeiro escreveu algumas "teorias" sobre o Lost.

1) todos morreram no acidente de avião, menos o médico Jack, e tudo o que acontece depois é delírio dele;
2) ninguém sobreviveu ao acidente, e estão todos no Purgatório enfrentando o carma;
3) os 48 vivos fazem parte de um experimento do governo para testar a sobrevivência humana (L.O.S.T. = Life Observation Survival Test);
4) "Lost" é uma versão moderna de "A Ilha do Dr. Moreau" e o lugar é uma espécie de laboratório gigante para experimentos de cientistas;
5) ou estão todos dormindo no avião e sonhando.

Thursday, June 02, 2005

Terminal

Saiu hoje na Folha que os leitores da revista de cinema Empire elegeram Steven Spielberg o melhor diretor de todos os tempos. Ele realmente é muito bom, mas ficar sete posições a frente de Quentin Tarantino é covardia. Falando em Spielberg, sábado assisti ao Terminal. Esperava que fosse uma comédia romântica boba, mas me surpreendi. É um filme que faz a gente rir e chorar ao mesmo tempo. Claro que é impossível não se emocionar com o Tom Hanks. Ele sempre representando muito bem seus papéis. Só tenho uma ressalva: se o filme caminha tão bem até o desfecho da história, por que o diretor vai utilizar logo no final do longa os clichês tipicos das comédias românticas? Tarantino saberia se livrar deles com classe. Dá-lhe Tarantino!

Wednesday, June 01, 2005

Ônibus 174 e Como fazer um filme de amor

Depois de assistir a esses dois filmes, só tive certeza de algo que eu já teorizava. Os filmes nacionais atuais estão divididos em duas categorias: os que parecem uma novela e os que querem fugir do padrão, mas acabam caindo na mesmice e na superficialidade. Nesse último, nem atores globais são capazes de melhorar a qualidade do produto. Também cheguei à seguinte conclusão: Se a desgraça faz parte da realidade do Brasil, pra que montar um cenário pra ficção? Vamos aproveitar dessa nossa situação pra fazer bons documentários.
Eu era fã dos curtas de José Roberto Torero (diretor de Como fazer um filme de amor), até ria dos quadros que ele escrevia e escreve para o Fanástico, mas o filme é um fiasco. A começar pelo Paulo José como narrador. O que é aquilo? Parece narrador daquelas reportagens chatas de história que a TV cultura transmite. E a casa da personagem principal? Isso não é filme francês! Me senti como se estivesse assistindo Amelie Poulain. Não sei como o André Abujanrra, um cara tão versátil, tão inteligente se deu ao trabalho de participar do filme. Por incrível que pareça, eu tenho um elogio ao longa: a idéia de mostrar um esqueleto de um roteiro é inteligente e veio antes daquele programa especial do Sexo Frágil. Tudo bem que, mesmo com a idéia copiada, Sexo Frágil (por incrível que pareça também) foi bem mais engraçado.
Já o filme Ônibus 174 de José Padilha me surpreendeu. É um longa que foge do conceito de Documentário porque mostra diversas fontes e vários lados da história. O mais legal é que as imagens do dia do seqüestro do ônibus e os depoimentos das vítimas gravados para o “documentário” estão sincronizados, mostrando ao espectador o que exatamente se passava naquele momento. Também é interessante porque várias questões são levantadas, inclusive o papel da mídia na cobertura do fato.
É um filme sem mocinho e bandido. Um soco no estômago, como diria o outro.